Mais e melhor. AJP PR3 125 Enduro

Esta reportagem foi integralmente retirada de uma revista Scooting de Abril de 2007. O texto é da responsabilidade de Domingos Janeiro e as fotos de Rogério Sarzedo.

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A firma de Penafiel continua empenhada em oferecer produtos cada vez melhores e mais interessantes para quem pretende iniciar-se no mundo das duas rodas. O alvo são os jovens, que podem agora optar por um produto mais equilibrado, atractivo, económico e "Made in Portugal".

 

 

Os modelos da AJP foram revistos e melhorados, quer na ciclística como na mecânica, deixando a porta aberta ao sucesso que tanto se esforçou para alcançar e que está na hora de reforçar, principalmente no mercado europeu. A nova PR3 125 cativa-nos no primeiro olhar devido às suas formas simples, desportivas e esguias, bem como pelas dimensões. Com uma longa história no Nacional de Enduro, a AJP continua a aplicar os seus conhecimentos e experiência adquiridos na competição para preparar os seus modelos para uma utilização diária.

 

 
Gostámos
 
Facilidade de condução
Dimensões
Estética
 
Não gostámos
 
Pouca potência
Tampão do depósito de combustível

 

Abordagem amigável:

 

A versatilidade, facilidade de utilização, estética apelativa e moderna são os principais requisitos para quem procura uma moto para enfrentar a cidade diariamente. As dimensões são muito contidas, e a distância do assento ao solo não dificulta a vida aos de menor estatura. O reduzido peso é outro dos seus trunfos tanto para uma aprendizagem mais rápida, como para maior confiança e segurança dos mais inexperientes.

Quando a ligamos, engrenamos a primeira e obtemos uma enorme suavidade do motor. É uma perfeita porta de entrada no mundo das motos e uma professora exímia! São atributos deveras interessantes, que aliados ao baixo preço (2825€) poderão fazer renascer para a ribalta a AJP.

 

Sucesso:

 

Durante o nosso teste foi comum ver os jovens e os mais crescidos a contemplar a nova AJP por onde quer que passávamos, o que parece ser um bom indicador de um provável sucesso de vendas por toda a Europa.

 

Contida:

 

A PR3 não promete sensações fortes, apenas pretende ser uma moto versátil tanto nas grandes cidades, como proporcionar bons momentos fora de estrada. Para a cidade cumpre os seus propósitos na perfeição, com uma ciclística muito fácil de entender e uma maneabilidade invejável. Para além das dimensões e peso reduzidos, a forquilha convencional Paioli de 36mm com curso de 220mm, e o mono- amortecedor traseiro Ollé com 240mm de curso, vêm com o "setting" indicado para rodar em cidade. Quando optamos por sair do alcatrão, notamos que a frente se mostra um pouco seca e o amortecedor traseiro demasiado brando. É uma ciclística pouco exigente, mas o corpo do utilizador acusa algum desgaste depois de fazer vários quilómetros, devido ao assento, que nos obriga a conduzir sempre na mesma posição e às vibrações provenientes do motor (problemas já detectados pela AJP e em fase de reparação).

O guiador é largo e transmite uma maior sensação de envolvência com a moto, aos utilizadores; O painel de instrumentos é simples e com mostrador digital, contendo a informação básica, como o conta quilómetros total e parcial. Os comandos também são muito simples, de fácil manuseamento e o corta-corrente, ao contrário do que sucede em todos os outros modelos, não corta o funcionamento do motor de arranque, ou seja, mesmo com este colocado na posição de "corte" o motor de arranque dá sempre sinal, o que poderá causar alguma confusão aos mais inexperientes.

A parar este conjunto "peso pluma" encontram-se um disco dianteiro de 260mm com pinça de dois êmbolos e um traseiro de 185mm também com pinça de dois êmbolos

A primeira impressão que temos é que o tacto da manete que acciona o travão dianteiro não é o melhor, mas passados alguns momentos começamos a entender depressa o seu funcionamento.

O depósito de combustível, colocado por baixo do assento, na parte traseira, permite uma melhor distribuição das massas, mas apresenta algumas debilidades como a ausência de fechadura no tampão e outro ponto menos favorável é o respirador colocado no lado do descanso lateral, fazendo com que ao atestarmos a PR3 125 começe a cair gasolina com alguma intensidade para o chão.

Quando montamos este modelo sentimos uma total confiança pois encaixamos na perfeição no conjunto, rodando com muito desembaraço nas cidades e fazendo sempre que cada viagem seja um prazer e não apenas um dever!

 

 

 

Pequeno mas generoso:

 

Não foi feita para grandes "apertos" mas sim para nos proporcionar bons momentos. O monocilíndrico a 4T, de refrigeração por ar e com duas válvulas, disponibiliza uma potência de 12,6 cv, e revela uma serenidade que nos afasta de imediato qualquer ideia mais irreverente.

Apenas passamos a querer rodar e rodar nas cidades ou no monte aproveitando ao máximo a facilidade com que se deixa explorar. Os arranques são acanhados e demora algum tempo a subir de rotação, mas uma vez atingidas as altas rotações, passamos a contar com uma moto mais solta e alegre.

Este pequeno propulsor faz uma média de consumo na casa dos 4,2 litros aos 100km.

Do motor notamos a proveniência de um calor excessivo, do lado direito, principalmente quando estamos em cidade. O funcionamento da embraiagem deixou-nos um pouco apreensivos, pois revela um funcionamento irregular, mesmo com sucessivas afinações, tem tendência a ser brusca e por vezes, em subidas ou arranques mais exigentes, notamos um ligeiro patinar dos discos.

 

Como citadina que assumidamente é, peca por não ter o tampão do depósito de combustível com fechadura. A colocação do silenciador contribui para a imagem desportiva da PR3 e dá-lhe uma voz rouca. O painel de instrumentos digital é muito simples mas contém toda a informação necessária.

 

 
Ficha técnica
   
Motor 4t, 1 cilindro, refrigeração por ar  
Cilindrada 124cc  
Alimentação Carburador Walbro 30mm  
Distribuição Duas válvulas  
Suspensão Dianteira Forquilha Paioli, 36mm  
Suspensão Traseira Mono -amortecedor  
Travão Dianteiro Disco de 260mm  
Travão Traseiro Disco de 185mm  
Travagem combinada Não  
Pneu dianteiro 2,75x19  
Pneu traseiro 3,25x17  
Comprimento máximo n.d.  
Distância entre eixos 1320mm  
Altura do assento 840mm  
Depósito combustível 7lt  
Peso 99kg  
Preço 2.825 €  

 

 

 

Equipamento
 
Indicador nível gasolina não
Indicador temperatura não
Tomada de corrente não
Imobilizador electrónico não
Porta - luvas não
Porta - sacos não
Relógio digital não
Encosto condutor não
Iluminação espaço capacete não
Lâmpadas de halógeneo/ Dupla optica sim
Espaço para capacete não

 

 

Técnica:

 

Versão Supermoto:

 

Para ficarmos com outra versão totalmente diferente e 100% vocacionada para o asfalto, apenas temos que adquirir um conjunto de jantes de 17", que montam pneus 100/80-17" na frente e 130/70-17" atrás. O que ganhamos na ciclística não é perceptível, apenas passamos a poder contar com um ângulo de inclinação maior e ganhamos mais confiança na abordagem às curvas mais rápidas e fechadas. Verificamos ainda um aumento de velocidade na casa dos 15km\h em relação à versão Enduro.

Se ambiciona mais e melhor equipamento, poderá então optar pelas versões PRO, que em tudo são iguais aos modelos já descritos à excepção do conjunto de suspensões. Estas vêm equipadas com uma forquilha Marzocchi de 45mm com curso de 260mm na frente e um mono-amortecedor ZF Sachs atrás com curso de 280mm. Com estas suspensões de luxo ganhamos uma capacidade completamente diferente para enfrentar os circuitos mais exigentes.