Motorizadas de competição - Preparação de uma Scooter de competição. |
||
Anos 90. Fonte: Revista Motojornal O site www.motorizadas50.com com a publicação destas reportagens pretende partilhar informações importantes sobre marcas e modelos que infelizmente já não se produzem e que dificilmente voltarão às páginas destas publicações. Se os autores/ responsáveis por estas reportagens acharem que este site ao publicar estes textos está a ir contra os interesses das publicações, enviem por favor um e-mail para motorizadas50@gmail.com que as mesmas serão imediatamente retiradas...
|
||
As actuais scooters têm, mesmo de origem, excelentes prestações. Para uma utilização em troféu, porém, estas prestações podem ser ainda melhoradas. A série de modificações que vos propomos, foi realizada pela firma italiana Top Performances, com kits para todos as marcas.
Se querem melhorar a aceleração, o arranque, a velocidade, numa palavra, as prestações duma Booster, BW ou Zuma, nas páginas seguintes podem encontrar a receita certa. A preparação dum motor de "scooter", dotado de embraiagem centrífuga e variador automático, não é muito fácil. Para começar, é indispensável atingir um perfeito equilíbrio entre os vários componentes. Nos motores não automáticos, um piloto atento pode facilmente compensar com a sua condução, minimizando eventuais deficiências de preparação. Nas aceleras, pelo contrário, é preciso obter uma sincronização perfeita entre os componentes automáticos em relação aos regimes, binário e potência do motor. A preparação da Top Performance foi realizada respeitando esse equilíbrio. Para obter bons resultados, aconselhamos portanto seguir com atenção os níveis de preparação recomendados adiante. Lembrem-se que, uma vez preparada assim, uma acelera já só pode ser utilizada legalmente em competição. Basicamente, há dois níveis de preparação, envolvendo ou não a substituição do grupo térmico. Se querem aumentar as prestações mas não querem substituir o grupo térmico, têm três passos disponíveis. Montar outros componentes sem modificar a parte térmica não é aconselhável, e pode até ser contra-producente. Se decidirem pela substituição da parte térmica, têm 12 estágios à escolha para melhorar a vossa acelera. Ao substituir o grupo térmico, aumentamos a cilindrada para 65,1cc. Para aproveitar ao máximo a potência assim conseguida, e restabelecer o desejado equilíbrio entre os vários componentes, convém realizar outras modificações. Destas, ordenadas por importância crescente, tratamos a seguir.
Estágio 1 Substituição do grupo térmico.
Kit com as seguintes características básicas: Diâmetro: 46mm; Curso 39,2mm; Cilindrada resultante: 65,1mm; Taxa de compressão: 12:1.5 janelas. Para o cilindro foi utilizada liga especial Minacrom, aditivada com crómio, que minimiza o desgaste e diminui atritos. A cabeça, trabalhada especialmente, optimiza a relação de compressão, favorece uma combustão perfeita e reduz os problemas de pré ignição. Os segmentos são semi-trapezoidais, para anular o risco de gripagem com o êmbolo. No segmento superior, para mais, há uma faixa cromada que diminui atritos, aumenta a resistência a altas temperaturas e diminui o desgaste.
Estágio 2 Alongamento da relação de transmissão.
Uma vez montado o grupo térmico e aumentada assim a potência do motor, torna-se indispensável alongar a relação para obter um incremento adequado de velocidade. Os kits de relação alongada da Top Performances têm a particularidade de actuar sobre a transmissão final, o que permite obter outras vantagens posteriormente: A minimização de ruídos e longa duração são devidas igualmente à preparação especial de rectificação depois de tratamento térmico. As peças são susceptíveis de ser montadas sem recurso a ferramentas especiais ou prensagem.
Estágio 3 Escape de rendimento.
Fruto da longa pesquisa sobre configuração da cãmara de expansão e movimentos das ondas internas de pressão, este escape aumenta e alonga a potência, além de ser extremamente simples de instalar. De notar também a selecção de materiais: Carbono - kevlar e aço inoxidável para o silenciador, estudado em colaboração com a Sem Silenciadores, panela de aço laminado pintado a negro resistente a temperaturas até 600 graus. Com o escape vêm duas molas de reforço da embraiagem, com as quais se pode extrair o rendimento máximo providenciado por este escape.
Estágio 4 Kit de refrigeração.
Consiste de guarnição da cabeça feita em liga especial de cobre com configuração projectada para não obstruir o fluxo de ventilação forçada, assegurando assim uma dissipação optima do calor, mais porcas e anilhas em liga de latão, dotadas de aletas para ajudar a extração do calor. Montando este Kit obtém-se um melhor arrefecimento do grupo térmico, com o consequente incremento de potência.
Estágio 5 Variador.
O "variatop" permite obter uma maior amplitude de funcionamento. Isso permite por sua vez a inserção duma relação mais curta para arranque e mais longa para velocidade de ponta aumentada. Dos componentes de qualidade deste kit salientamos: Uma polia móvel com superfície tratada a niploy e aro auto-lubrificado em aço sinterizado; a polia fixa, também tratada com niploy, tem arejamento incorporado: a cubo central em aço temperado contra desgaste; as três raigens em aço com espessuras diversas; a correia de transmissão trapezoidal e os seis pesos centrífugos de peso apropriado. O material utilizado para os pesos centrífugos foi objecto de cuidadoso estudo com vista a minimizar desgaste. Recordemos por fim que no niploy encontra-se uma base de níquel que endurece a superfície e uma percentagem de fósforo que diminui atritos.
O primeiro e mais importante passo é a substituição do grupo térmico por um de cilindrada mais elevada.
Estágio 6 Pesos centrífugas
Instalando séries de pesos de massa decrescente, obtêm-se efectivamente uma relação alongada, a rotação mais elevada. O comprimento da relação e regime relativo dependem da prestação que se pretende obter. No kit realizado pela Top performances encontrarão quatro séries diversas de pesos, que permitem adequar as prestações da acelera às vossas exigências. A série cinzenta de 5,6 gramas cada é aconselhada para pistas planas. A série encarnada de 4,0 gramas cada para terrenos pesados, irregulares ou uso em declives acentuados. Os outros dois conjuntos são intermédios, sendo a amarela de 5,0 gramas cada e a verde de 4,5 gramas cada.
Para aproveitar ao máximo a potência assim conseguida, além do escape, há o kit de relação alongada, de instalação simples.
Estágio 7 Mola de separação do variador.
O kit consiste de três molas, que por virtude de terem uma tensão superior às de origem, permitem mudar a relação para uma rotação mais elevada, onde há maior potência disponível, resultando numa melhoria nítida de aceleração: A mola verde apresenta uma tensão 15% mais elevada que a de origem, a roxa 22% e a cor de rosa 30%. Quanto mais potência é libertada do motor, maior deve ser a carga da mola instalada. Adequar a mola ao regime de rotações do motor permite por outro lado evitar que a correia de transmissão se afunda nas polias posteriores.
Estágio 8 Carburador Mikuni VM 16
Nascido da colaboração entre o departamento de R & D da casa japonesa Mikuni e da Top Performance, este carburador de diametro maior permite obter um aumento de potência notável e uma nítida melhoria das prestações. Montando este carburador aumenta-se, de facto, o diametro do difusor - a área de passagem aumenta 77% optimizando a mistura gasolina - ar a qualquer abertura. Para personalizar a taragem do carburador pode-se, inclusivamente, recorrer ao kit de gigleurs de mínima e máxima.
Para uma preparação completa, um carburador Mikuni de 16mm torna-se um elemento essencial.
Estágio 9 Pétalas com lamelas de carbono.
Este grupo lamelar completo foi estudado pela Top Performances para obter um rendimento optimizado a qualquer regime de rotações. A escolha dos materiais foi, uma vez mais, objecto de extensos estudos. Os materiais utilizados, entre os quais a fibra de carbono para as pétalas, garantem uma notável resistência às solicitações e anulam o risco das típicas fracturas a que estão sujeitas as válvulas tradicionais.
Estágio 10 Ignição com avanço variável.
Nos motores das aceleras, o avanço da ignição é fixo, mas a Top Performances dá-nos a possibilidade de o tornar variável montando este produto. O avanço varia em relação ao variar do regime do motor, optimizando assim o ponto de ignição. A ignição a avanço variável permitirá assim melhorar notavelmente a aceleração, arranque e velocidade de ponta.
Estágio 11 Embraiagem "racing".
A característica a salientar nesta embraiagem é a sua ligeireza, que permite eliminar as solicitações da força centrífuga. O aligeiramento dos pesos implica ainda uma notável melhoria da aceleração. Molas e massas específicas permitem arrancar a um número de rotações mais elevado, dispondo assim de maior potência.
Estágio 12 Conjunto de molas de embraiagem.
O kit inclui três pares de molas com tensões diferentes: 30%, 60% e 100% de incremento em relação às de origem. A diferença de carga é relativa ao número e rotações que se querem obter no arranque. Quanto maior é a tensão da mola, mais alto alto regime se dará o arranque. Assim, pode-se montar a mola mais adaptada às próprias exigências e optimizar o arranque inicial. Lembrem-se que, uma vez preparada assim, uma acelera já só pode ser utilizada legalmente em competição.
|